Sabe aquelas pessoas que demonstram firmeza absoluta, quase onisciente, que parecem ter resposta a todas as perguntas e criam perguntas para suas próprias respostas, jamais erram mas possivelmente se enganem, tomam em pouca conta qualquer opinião diferente da sua e agem com tamanha soberba como se fossem o modelo de ser humano ideal?
Pois bem, eu gostaria de ver como seria um país inteiro formado apenas por réplicas de pessoas assim. Imagine-a como o cliente e também o atendente do caixa ao mesmo tempo, imagine-a pagando e dando a si mesma o troco do ônibus, como se auto-atendendo no telemarketing, solicitando os próprios dados para fazer seu cartão de crédito, cortando seu próprio cabelo, colocando sua própria gasolina e enchendo os pneus do carro, vendendo a si mesma seu próprio sapato, comendo e servindo sua comida. Imagine-a no país encantado chamado Ego. Ah, que coisa linda! Lá onde o 'eu' reina supremo. Onde todos são perfeitos aos próprios olhos. Eca!
Seria uma beleza, não seria? Não, não seria... Seria o caos, a estupidez elevada a sua enésima potência, o nojo próprio em seu mais elevado nível. No país dos narizes tortos, a grosseria reinaria suprema neste reino soberbo, tolo, frágil e infantil.
Graças sejam dadas a Deus pelas pessoas simples e humildes, sofredoras e simpáticas, pessoas fortes que sustentam o luxo e a insensibilidade dos adultos infantis, que fazem nosso dia mais leve, que são reais, que nos entendem, que respiram o mesmo ar do mesmo planeta e que também sangram. Graças sejam dadas a Deus pelas outras pessoas não serem como eu.