Uma das últimas fortes tentações que sofri foi a de abandonar a própria fé em Deus por frustrações de apoio que esperava ter recebido dele quando muito precisei. E preciso admitir que talvez eu o tivesse mesmo abandonado se não fosse por Cristo. Percebo que é fácil desistir de um deus imaginário que alimento em minha mente, baseado em suposições e expectativas; ou do deus-miragem que formulo das experiências relatadas de outras pessoas. É fácil perder a fé no que não existe. Afinal, eu alimentava expectativas baseadas em quê? Em quê você baseia as suas? Advirto-lhe: é fácil perder a fé no que não existe. Existe um Deus, e existem concepções particulares, divindades pessoais, de quem ele deveria ser, na mente de cada um. E é provável que estejamos errados em muitas dessas concepções. Eu confundi as divindades.
Por outro lado, também preciso constatar uma verdade exuberante a esse respeito, e que possivelmente jamais descobriria possuir se não me defrontasse com a real possibilidade de perdê-la. De fato, talvez eu desistisse do meu deus particular, o que formulei em minha mente por mim mesmo e do qual esperava um determinado apoio; mas não me foi possível desistir do Deus em quem Jesus cria. Ele é diferente, porque ele é real.
Entendo melhor agora o quanto minha fé depende fundamentalmente de Jesus de Nazaré. O quanto a fé de todo cristão depende. Percebo também que muitos perderão por completo uma fé que supõem ter, se esta não estiver firmemente baseada em Cristo - nossa concreta realidade espiritual inegável. Na verdade, não posso chamar de fé cristã uma crença que se baseie mais nas minhas linhas de suposição e imaginação, do que na concretude irrefutável de conhecer pessoalmente a Cristo. Por isso, o amado João fez questão de deixar registrado: "Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido" (João 1:18). Portanto, não imagine Deus, conheça Cristo. "Quem me vê a mim vê o Pai", ele disse. Precisamos ver Jesus, logo, digo.
Note o quão desafiador é crer em algo que não existe.
Com frequência, formulamos divindades pessoais, mini-deuses pagãos, forjados a imagem e semelhança de quem não conhece o Salvador. Criamos em nossa mente, Deus a nossa imagem e semelhança. Forte dizer, mas conclusão necessária: todo cristão que não conhece Jesus é idólatra da mais cruel divindade já formulada pela imaginação humana: um deus chamado 'eu mesmo'. A mais frustrante de todas as divindades.
Agora, amigo, dirijo-me a você de forma direta: se sua fé baseia-se em expectativas pessoais a respeito de um deus sentido pelas emoções, ensinado por seus pais, ou mantido pelas tradições de sua igreja, esse deus, pelo simples fato de não existir, é proporcionalmente simples de abandonar.
Rejeite logo esse deus que lhe traz tantas frustrações - essa divindade maléfica, na verdade, é você mesmo! O Deus real, Aquele das Escrituras, só foi verdadeiramente apresentado por Cristo - "Ele é a imagem do Deus invisível". Em Cristo, o Criador possui um rosto, um caráter definido, por meio do qual todo homem pode se deixar cativar. Fé é apenas uma palavra nula, sem Jesus de Nazaré.
Deixo-lhe por fim, o que poderá ser uma valiosa lição para ter fé; a de que só é possível crer em Deus se estivermos "olhando para Jesus, autor e consumidor" dela (Hebreus 12:2). Abra os evangelhos e conheça a Deus por meio de Cristo.