José pensou que precisava ficar com aquela garota linda que todo cara queria, mas depois que eles ficaram, se sentiu ainda mais sozinho e percebeu que o que ele precisa não se seduz.
José pensou que precisava ter mais tempo livre para desfrutar dos seus prazeres pessoais, mas depois de assistir todos os episódios do seriado favorito, se sentiu ainda mais entediado e percebeu que o que ele precisa não se assiste.
José pensou que precisava entrar na academia para ficar malhado e impressionar as pessoas, mas depois de aumentar os bíceps, se sentiu ainda mais fútil e percebeu que o que ele precisa não se malha.
Coitado do José. José não sabia que não se preenche o infinito com moedas. Não se preenche o infinito com seios e pernas. Não se preenche o infinito com filmes. Não se preenche o infinito com músculos.
Então, José pensou que talvez precisasse de Deus para preencher esse buraco infinito que o consumia. Arrependido, frustrado e cansado, José dobrou os joelhos. E José orou. E foi ali, sem dinheiro, sem mulher, sem tempo e sem músculos, que José entendeu: Que só Deus tem o tamanho exato do vazio que há no homem: infinito.
Foi assim que José entendeu a diferença entre querer e precisar, e que nem sempre o que ele quer, é o que ele precisa. Deus queria José, mas não precisava dele. José precisava de Deus, mas não O queria. Agora José sabe que precisava de Deus mesmo quando não O queria. E agora José O quer também.
Entende José?