quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Esse negócio de amor é lindo mesmo!

Acabo de perceber que há 15 minutos atrás eu possuía uma visão bastante imatura de um aspecto fundamental da vida. Talvez não consiga expressar exatamente da mesma forma que compreendi mas vale a pena tentar.



Sabe quando você vai juntando pecinhas, e olhando todas elas desconexas ou algumas pequenas partes encaixadas - olhando para elas espalhadas - você não tem uma visão muito clara do "conjunto da obra". Parecem apenas peças de várias cores, algumas naquele canto e outras noutro e você supõe que elas se encaixem de tal e tal forma (mas apenas supõe, nunca as encaixou).

De repente você vê uma pecinha que cabe aqui e outra ali e 'voilá'! - Você acaba de montar um pedaço muito maior da tal obra (ainda que ela não esteja totalmente completa, é de se admirar as grandes partes já compostas).

O que estou tentando dizer, é que nunca compreendi muito bem (ainda não digo que compreenda, mas talvez compreenda melhor) o papel da liberdade de escolha, que faz dos seres humanos entes únicos no universo conhecido. Eles são livres, isso quer dizer que podem tomar decisões baseadas nas suas próprias percepções do mundo e então agir de acordo com elas.

Até aí, talvez nenhuma novidade. Todo cérebro humano possui essa regra básica instalada por inerência da própria existência. O fato "epifânico", no termo alegórico da coisa, é quando temos a percepção de que não existimos casualmente e nossa vida deve possuir portanto, um propósito. As pessoas morrem para descobrir esse propósito baseado nessa percepção, mesmo que inconscientemente elas não declarem isso. Mas não estou abordando uma crise existencial, nem tampouco tenho a presunção megalomaníaca de lhe explicar o que seria propósito existencial. Afinal, com 25 anos a gente não sabe nada desse tipo de coisa (eu acho, talvez nem com 90).

Há 11 anos, descobri que um Ser externo, fora da minha casca existencial, havia implantado esse sentido de propósito em mim (não vou dizer como Ele me mostrou isso agora). O fato é que o mesmo Ser pessoal revelado e prometido em livros judaicos de 4 mil anos atrás se aproximou de mim, e disse ter Ele próprio, propósitos para minha existência.

Passei a desejar ardentemente que minha vida fosse dirigida de forma exclusiva pelos propósitos dEle, mas nunca havia me apercebido que o fato de eu ser uma entidade livre, faz-me livre para escolher meus próprios propósitos. E isso também faz parte dos propósitos dEle para mim: que eu "escolha", por livre expressão, pela arte da liberdade; fazer dos propósitos dEle os meus. Isso de ser livre é que é lindo!

Entenda, você poderia escolher qualquer pessoa para amar, mas você só pode escolher por possuir opções, e dentre todas as opções disponíveis a sua escolha foi essa, essa mesma e não outra! Os motivos que te levaram a essa escolha não importam agora, são seus motivos e é isso que torna a liberdade de escolher algo tão sublime!

Percebo que Deus não quer suplantar minha liberdade de escolha pela dEle, Ele as quer fundir. Pensar que Deus deve escolher tudo para você é a visão imatura de que falo. Se você pensar que Deus deve escolher para você, terá excluído seu maior fator de existência: liberdade. É você quem escolhe, ainda que por motivos claros sua escolha seja a mesma que as dEle (eu particularmente não gosto de escolher diferente de alguém que tem a experiência de uma eternidade para me aconselhar).

Vou exemplificar: Deus não vai escolher a pessoa que você deve amar. Essa escolha é sua, mas como seu Pai, Ele quer te mostrar todas os aspectos que você, singularmente você, deve levar em conta para amar alguém. Deus portanto te dará conselhos, advertências, estímulos e proibições, mas é sua liberdade de escolher. Se você quer que Deus escolha por você, é melhor nem existir, seja uma máquina, não um ser livre.

Mas tenha cuidado! Não estou de maneira alguma estimulando a você escolher desordenadamente como números da loteria. O tio do homem-aranha o ensinou bem: "Com grandes poderes vem grandes responsabilidades". Suas escolhas possuem portanto consequências. Muitas das quais podem ser sérias e graves. Se nós tivéssemos uma boa percepção do perigo que é usar de forma desordenada o grande poder do livre-arbítrio jamais brincaríamos com ele!

Dê ouvidos ao Seu Pai Celeste, mas não espere que Ele escolha no seu lugar. Ele te fez livre justamente para não ser assim, e isso é que Ele tanto valoriza em nós! Possuímos opções, mas somos felizes quando nossas escolhas se baseiam no caráter dEle. Ele por sua vez fica feliz, porque de todas as opções disponíveis, fizemos dEle o alvo de nossa liberdade.

Agora me diga, sabendo que você é amado por ter sido escolhido por motivos pessoais de uma entidade livre e pensante mas externa a você, faz ou não faz de você um ser especial, único para aquela pessoa? Dentre todas as opções disponíveis ela escolheu você como alvo para amar.

Cara, esse negócio de amor é lindo mesmo!
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