terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Resenha - O Incomparável Jesus Cristo

O Incomparável Jesus Cristo, Amim. A. Rodor
(★★★☆☆)

Pra você que está pensando em o que fazer nas férias ou procurando um livro edificante, fica essa ótima dica: O Incomparável Jesus Cristo, de Amin Rodor.


O livro tem viés um tanto acadêmico - algo que imagino ser difícil para o Rodor desapegar. Contudo, no prefácio ele defende que a proposta do livro é mais contemplativa à pessoa de Jesus.


O livro tem linguagem acessível, apesar de ainda ser possível sentir uma tendência teológica. Você vai se surpreender com as análises bíblicas à luz dos evangelhos, especialmente de Marcos e Mateus. Provavelmente, adquirirá algumas compreensões mais aprofundadas de certas passagens, de maneira que nunca mais conseguirá lê-las de forma incipiente. O livro também dá bom estímulo a que se façam meditações mais aprofundadas e contextualizadas dos evangelhos em geral, e de certa forma cria uma espécie de vergonha ou constrangimento, pela ignorância e debilidade do conhecimento bíblico que possuímos.

Pelo menos três análises merecem destaque por serem memoráveis: O encontro com Bartimeu, o cego, a Parábola do Filho Pródigo e o diálogo de Cristo com o fariseu sobre quem é o próximo a quem devemos amar (simplesmente genial).

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O Santo Fingimento

Como todo bom hipócrita, um dos meus objetivos é o de enfim me tornar o santo cristão que finjo ser. Na verdade, eu sei que finjo o tempo todo, e falho a maior parte das vezes até no fingimento (terrível, eu sei). É uma santa libertação admitir a própria hipocrisia. Não preciso esconder de Deus que não sou o que gostaria de ser, mas finjo que sou de propósito, e Ele já sabe.

Finjo amar as pessoas como Jesus as ama, finjo perdoar como Jesus perdoa, finjo aceitar como Jesus aceita, finjo relevar como Ele releva. É pura imitação. Eu finjo tudo! Já fingi tanto, que em muitos casos assimilei meu fingimento como algo inerente à minha própria essência, e inconscientemente passei a acreditar que sou eu mesmo que o faço, e que deve ser algo natural, portanto, fazê-lo.
Não sei especificar quando aconteceu pela primeira vez, mas há um dado momento eu perdi o discernimento para diferenciar se o que faço agora o faço por mim mesmo - se é algo novo para minha essência hipócrita, como um corpo estranho miraculosamente implantado por Cristo para me fazer uma nova pessoa nEle - ou se faço por puro fingimento a fim de ser parecido com Jesus. E quer saber? Essa diferença não importa! Graças a Deus devo fingir a vida toda. Já não perco mais tempo me preocupando se faço por hipocrisia, ou se faço por alguma santa autenticidade excêntrica que estou certo de não possuir.

Vou fingir até que me tornando inconsciente do fingimento, eu assimile a natureza de Cristo como sendo a minha própria, e que por pura hipocrisia deliberada, eu viva como Ele viveu e ame como Ele amou.

Talvez essa hipocrisia de desejar tornar-se o que não é tenha outro nome que eu desconheça. Mas no fundo, o objetivo de todo cristão é fingir: fingir ser igual a Cristo. Eles sabem que não são de forma alguma, mas gostariam desesperadamente de sê-lo. O máximo que conseguem é fingir. Então, prazerosamente vou fingir ser o que não sou até que seja, e já não serei hipócrita.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...