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quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Estarei Aqui

Quando desistir de uma vida de aparências,
eu estarei aqui para lhe oferecer A Essência
que sempre esteve em mim.
Então, você entenderá a fundamental diferença
que há entre viver e apenas existir.

(Jesus Cristo, Cf. João 4:10-14)

domingo, 17 de abril de 2016

Se Cristo Tivesse Aplicado uma Prova de Seleção


Se Cristo tivesse aplicado uma prova de seleção para a escolha dos apóstolos, quem estuda os evangelhos sabe que, dos doze, era bem provável que Judas fosse um dos poucos aprovados. Ora, boa parte dos discípulos era composta de homens pobres, com pouca instrução formal e certas dificuldades emocionais. Já Judas possuía certa habilidade financeira, e talvez por isso mesmo tenha sido eleito tesoureiro do grupo. Isso nos mostra o quanto Cristo estava mais à procura de pecadores sinceros do que de homens capacitados. Ao que tudo indica, um coração contrito tinha-lhe mais valor do que diplomas acadêmicos.

Havia em seu tempo muitos doutores da Lei, versados em língua hebraica e mestres da Torá. Mas ele preferiu alguns humildes pescadores dentre o povo comum. Não acredito que Jesus tenha mudado de opinião nos nossos dias. Acho que ele ainda procura aquele punhado de homens humildes e sinceros no meio da multidão.

Talvez Jesus queira mesmo aquele Pedro contrito, mas um tanto orgulhoso. Talvez ele busque o João estourado, mas de coração sensível. Talvez ele queira mesmo o Tiago rude, mas de íntimo sincero.
Se os critérios de seleção de Jesus são tão diferentes assim, talvez Jesus ainda procure pessoas comuns hoje em dia. Talvez as pessoas que ele ainda procure são pessoas assim, difíceis, complicadas, duras, mas pessoas sinceras. Talvez com um perfil não tão recomendável. Sendo esse o caso, talvez ele procure pessoas desse tipo... tipo eu, tipo você!

segunda-feira, 21 de março de 2016

Eu confundi as divindades

Uma das últimas fortes tentações que sofri foi a de abandonar a própria fé em Deus por frustrações de apoio que esperava ter recebido dele quando muito precisei. E preciso admitir que talvez eu o tivesse mesmo abandonado se não fosse por Cristo. Percebo que é fácil desistir de um deus imaginário que alimento em minha mente, baseado em suposições e expectativas; ou do deus-miragem que formulo das experiências relatadas de outras pessoas. É fácil perder a fé no que não existe. Afinal, eu alimentava expectativas baseadas em quê? Em quê você baseia as suas? Advirto-lhe: é fácil perder a fé no que não existe. Existe um Deus, e existem concepções particulares, divindades pessoais, de quem ele deveria ser, na mente de cada um. E é provável que estejamos errados em muitas dessas concepções. Eu confundi as divindades.
Por outro lado, também preciso constatar uma verdade exuberante a esse respeito, e que possivelmente jamais descobriria possuir se não me defrontasse com a real possibilidade de perdê-la. De fato, talvez eu desistisse do meu deus particular, o que formulei em minha mente por mim mesmo e do qual esperava um determinado apoio; mas não me foi possível desistir do Deus em quem Jesus cria. Ele é diferente, porque ele é real.
Entendo melhor agora o quanto minha fé depende fundamentalmente de Jesus de Nazaré. O quanto a fé de todo cristão depende. Percebo também que muitos perderão por completo uma fé que supõem ter, se esta não estiver firmemente baseada em Cristo - nossa concreta realidade espiritual inegável. Na verdade, não posso chamar de fé cristã uma crença que se baseie mais nas minhas linhas de suposição e imaginação, do que na concretude irrefutável de conhecer pessoalmente a Cristo. Por isso, o amado João fez questão de deixar registrado: "Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido" (João 1:18). Portanto, não imagine Deus, conheça Cristo. "Quem me vê a mim vê o Pai", ele disse. Precisamos ver Jesus, logo, digo.
Note o quão desafiador é crer em algo que não existe.
Com frequência, formulamos divindades pessoais, mini-deuses pagãos, forjados a imagem e semelhança de quem não conhece o Salvador. Criamos em nossa mente, Deus a nossa imagem e semelhança. Forte dizer, mas conclusão necessária: todo cristão que não conhece Jesus é idólatra da mais cruel divindade já formulada pela imaginação humana: um deus chamado 'eu mesmo'. A mais frustrante de todas as divindades.
Agora, amigo, dirijo-me a você de forma direta: se sua fé baseia-se em expectativas pessoais a respeito de um deus sentido pelas emoções, ensinado por seus pais, ou mantido pelas tradições de sua igreja, esse deus, pelo simples fato de não existir, é proporcionalmente simples de abandonar.
Rejeite logo esse deus que lhe traz tantas frustrações - essa divindade maléfica, na verdade, é você mesmo! O Deus real, Aquele das Escrituras, só foi verdadeiramente apresentado por Cristo - "Ele é a imagem do Deus invisível". Em Cristo, o Criador possui um rosto, um caráter definido, por meio do qual todo homem pode se deixar cativar. Fé é apenas uma palavra nula, sem Jesus de Nazaré.
Deixo-lhe por fim, o que poderá ser uma valiosa lição para ter fé; a de que só é possível crer em Deus se estivermos "olhando para Jesus, autor e consumidor" dela (Hebreus 12:2). Abra os evangelhos e conheça a Deus por meio de Cristo.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Minha Trincheira Monumental

Faço de Cristo uma trincheira monumental por trás da qual eu me escondo. Nesse sentido, eu admito ser covarde. Covardia da qual em nada sinto remorso, pelo contrário, sonho ser perito nessa arte.

Desejo, não de forma impulsiva, mas proposital, e porque não dizer também com grande esforço, passar a maior parte do tempo escondido nEle. E eis aí a razão pela qual a maioria dos meus próprios amigos mal me conhecem. Na verdade, meus dias mais felizes são os dias em que nem minha família me descobre. E como eles ficam felizes também! Mas tem que ser cedinho. Assim que acordo preciso fazer dessa minha primeira tarefa: Vai! Corre para Cristo e se esconde! Oro para que ninguém me veja. Frequentemente eu fracasso. Sem as etiquetas de Drummond, eu realmente "tiro glória de minha anulação".

A razão para toda essa fuga é um tanto óbvia. Como disse Lispector, sou paupérrimo de alma. Mas nem sempre soube sê-lo. Orgulho é cegueira auto-imune. Experimentei ser "eu mesmo" por algum tempo para descobrir que as coisas que julguei interessantíssimas, eram uma pazinha de plástico e areia do quintal. Fazia morrinhos, e na minha cabeça julgava ter erguido os Jardins Suspensos de Nabucodonosor. Essa coisa de "eu mesmo" é puro besteirol! Coisa de moleque. Eu diria 'coitado' de uma pessoa assim, como eu, e digo: coitado!

Eu não sei explicar, e sempre me senti frustrado das vezes que tentei, mas essa confluência original que há no Filho de Deus, essa singularidade atômica de ser absorvido nEle, ao que chamei de forma pueril e ao mesmo tempo bíblica de me "esconder" (outros chamam de 'estar em comunhão'), miraculosamente me habilita a abrigar nesse meu corpo finito - massa compacta de células em setenta quilos - a assombrosa complexidade de toda a realidade que está fora de mim. Estar com Cristo, pode ser dito uma experiência em variadas dimensões. Minha alma antes vergonhosamente pobre, passa a possuir vasto conteúdo com Ele. Meu corpo vira casca que abriga o infinito. Minha presença fétida e orgulhosamente desagradável, torna-se mansa e serena; pacífica a quem de Nós agora se achega. Uma atmosfera diferente nos envolve. Fico tentado a não desejar conhecer o resto do universo se puder conhecer melhor o Filho de Deus - como Ele é imenso! Não é de se estranhar que João, o profeta do deserto, desejasse diminuir para que Ele crescesse - isso é glória em autoanulação. Ou que Paulo afirmasse ser a morte um lucro se com isso ganhasse a vida que há em Cristo. Ele mesmo comparou as glórias humanas com esterco, tamanha a imensidão do Filho de Deus, "em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência"! (Cf. Filipenses 3:8; Colossenses 2:3)

Certa feita vi num filme trágico a morte de um garoto que chegou a essa conclusão pouco antes de sucumbir: "happiness is only real when shared" (felicidade só é real quando compartilhada) - pôs num caderninho e morreu. Quanta verdade há nisso para os que se escondem em Jesus, aquele Carpinteiro de Nazaré a quem foi dito ser "o mistério de Deus" (Colossenses 2:2). Unido com Cristo me torno infinito.

Se meus cálculos estiverem corretos, tudo está em Cristo. Está tudo oculto nEle.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Plantio de Novelas e Romance de Batatas

Seja uma pessoa crítica, mas não uma pessoa crítica demais. As pessoas críticas demais são duras de se conviver e uma companhia do tipo mais desagradável, mesmo quando têm razão. Digo isso porque, na vida, há coisas mais importantes do que sempre ter razão e encontrar as falhas de todas as coisas. Observe a solidão delas e comprove. Se por um lado o senso crítico é uma potente ferramenta contra a alienação, por outro, o criticismo é alienador de quem o possui, ou melhor dizendo, de quem é possuído por ele.

É fenômeno comum de que as pessoas críticas demais são sempre críticas com relação aos outros, mas nunca sobre si mesmas. E é justamente por isso que são as mais alienadas. O senso crítico genuíno tem por natureza intrínseca ser crítico sobre aquilo que mais estamos familiarizados, e ninguém está mais familiarizado com outra coisa senão consigo mesmo. O escritor de romances será respeitado ao comentar a novela das oito, mas deve reconhecer sua ignorância sobre o plantio de batatas. Que o romancista critique novelas, e o agricultor analise batatas. Numa inversão de papéis, teríamos uma plantação de novelas e um romance sobre batatas? Ora, você convive consigo durante todo o tempo de sua existência, e deveria, portanto, ser o melhor e mais perito crítico sobre si mesmo no mundo. É por isso que ser crítico lhe conduz a humildade e ao desejo de ajudar os que são como você. Mas as pessoas críticas demais são especialistas em apontar as falhas dos outros, justamente por serem alienadas de si mesmas, e isso pelo forte criticismo que as possui. As pessoas críticas demais são vampíricas, não possuem reflexo. Em certo sentido elas não podem se ver, nem ao menos se conhecem. Querem que romances sobre batatas façam sucesso, alcancem altos índices de audiência. Coisa ridícula, eu sei. É ridículo ser crítico demais.


Seja uma pessoa crítica, especialista sobre os próprios defeitos, mas não uma pessoa crítica demais. Pessoas críticas demais são tão interessantes e realistas quanto romances sobre batatas.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Órfão

Deus tinha um filho legítimo, mas deixou que ele morresse para poder adotar um outro que era órfão. Foi uma situação complicada. Não era possível ter os dois ao mesmo tempo da mesma maneira. Ainda não entendi perfeitamente por que Ele fez isso ou como tudo se deu. Mas descobri, não faz muito tempo, que o filho era Cristo, e o órfão era eu.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Bob Marley, Problemas e Jesus Cristo

Às vezes a gente entende coisas bem significativas para a vida de maneiras inesperadas. Eu, por exemplo, nunca gostei de reggae, e de fato, continuo não gostando (respeito a quem, por acaso, lhe apeteça), mas ainda no ano passado, em meio às preocupações e correrias da vida, eu estava em extremo preocupado com o andamento de alguns objetivos acadêmicos e acabei aprendendo uma lição cristã bem importante com Bob Marley.

Acontece que uma de suas músicas fez parte de um filme de animação, desses feitos pra família. Um ratinho está tendo um dia péssimo depois de ter sofrido descarga, e flutuando no esgoto, meio sem direção, quando quatro lesmas passam cantando num lampião a boiar por dezessete segundos: "Don't worry, be happy" (em inglês: 'não se preocupe, seja feliz'). Reconheço que deve ser difícil ser feliz e não se preocupar quando você sofre descarga e fica perdido no esgoto. Mas pra encurtar a história, meu irmão me indicou uma outra música parecida do mesmo autor que em certa parte da letra, reafirma algo que Jesus já havia dito, mas que me ajudou a entendê-lo sobre uma perspectiva diferente. No meio daquele esgoto de preocupações, o que Cristo ensinou fez então todo o sentido para mim. Jesus apontou à vida despreocupada dos passarinhos que não sabem sequer se terão o que comer, e ensinava que é um desperdício de energia se preocupar quando temos problemas. Parece absurdo, mas é isso que Cristo ensina para quem deixa sua vida nas mãos de Deus. Simplesmente, "não ande preocupado, Deus sabe do que você precisa", Ele disse.

Falando de três passarinhos (Jesus usou a mesma figura para falar do mesmo assunto, hehe), Bob diz que três passarinhos vieram pela sua porta para lhe trazer uma mensagem. E em certa parte eles cantam algo como: "Se você tem um problema, preocupar-se faz dele o dobro". Haha! E não é verdade?! O problema em si é, de fato, um problema. Mas quando me preocupo com ele, a preocupação, ao invés de me ajudar com o problema, acaba se tornando ela mesma um outro problema para mim. Antes eu tinha um problema; agora, além do problema, também tenho uma preocupação. Então, deixa a sua vida nas mãos de Deus e aprende aí: "se você tem um problema, preocupar-se faz dele o dobro".

Agora que você leu isso tudo até o final, olha só que bacana sobre o Bob: http://noticias.gospelprime.com.br/bob-marley-aceitou-jesus-e-foi-batizado-sete-meses-antes-de-morrer/ :)

E se você quiser ver o trechinho do filme que falei, é esse aqui: https://www.youtube.com/watch?v=MA1h6J0YzqA

Obs.: Não tenho a intenção de incentivar ninguém a ouvir reggae ou gostar do Bob Marley, mas respeito a quem, diferente de mim, goste.
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Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas?
Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida? [...] o Pai celestial sabe que vocês precisam de todas essas coisa. Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas. Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã se preocupará consigo mesmo. Basta a cada dia o seu próprio mal".

(Jesus Cristo, em Mateus 6:26,27,32-34)

Amigos? Quatro ou Cinco

No Facebook você pode ter até 5 mil amigos, que é o limite permitido para um perfil pessoal. Mas na realidade, só precisamos de 4 ou 5 que sejam íntimos e vistos com frequência, que riam das suas asneiras com você e não contra você, com quem você pode falhar sempre e sempre ser abraçado, que não usem seus erros como um dossiê sobre o seu passado e que seus filhos possam chamar de tio ou tia, e viajar com eles. Cinco mil fotos bem selecionadas, com as melhores maquiagens e óculos importados, não valem o par de havaianas bem surradas de um dos seus quatro ou cinco amigos verdadeiros na porta da sua casa. Dê valor a esses desajuizados que te aceitam na vida deles sem nenhum motivo racional pra isso, a não ser essa coisa velha e gostosa de celebrar que é a amizade.
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Há duas espécies de chatos: os chatos propriamente ditos e os amigos, que são os nossos chatos prediletos. (Mario Quintana)

Ser Manso, Ser Macho

Tenho pra mim que dentre os atributos que estão no topo da masculinidade, a mansidão tem preeminência. Soa antagônico, mas ser manso é ser macho. Ora, todo mundo se aproxima sem receios do coelhinho e do cordeiro, mas é a dois ou três passos do pitbull que elas perguntam: "ele é manso?". É esse contraste entre força e domínio que revela poder. Em outras palavras, quando as pessoas fazem essa pergunta: "ele é manso?"; elas querem na verdade saber se o ser que detém aquelas mandíbulas com uma tonelada de potência de compressão maxilar possui autodomínio suficiente para permitir-se uma aproximação amistosa para receber e dar carinho sem amputar-lhes um braço ou uma perna, a despeito de tanto poder que possui. Note que qualquer jumento dá coice, mas só um macho tem peito pra domar seu dragão e torná-lo dócil para curvar-se e dizer "bom dia, senhorita!".

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Eternidade ou Vagem Suína

Diz a Bíblia que Deus "pôs a eternidade no coração do homem" (Eclesiastes 3:11).

Isso explica porque você se sentirá frustrado ou decepcionado todas as vezes em que tentar se preencher com qualquer coisa que não possua um selo de eternidade embutido - o vazio que se experimenta no ápice da satisfação dos seus prazeres mais particulares/secretos, aquele peso esmagador na consciência depois do final de semana de "pura curtição", um senso de amargor estranho no coração mesclado com sentimento de culpa. Ora, é frustrante não obter o que se deseja, especialmente se o desejo natural (que não compete a você decidir e não lhe é possível controlar) é por algo infinto enquanto eu me esforço por satisfazê-lo, como disse Jesus, com "as vagens que os porcos comem".

Já com as vias de relacionamento com Deus, baseadas nas coisas mais simples como a leitura da Bíblia, o louvor e os momentos de oração; há um sentido de plenitude inefável que se sobrepõe ao vazio e à frustração, "pois", como afirmou o sábio Salomão, "sabemos que tudo o que Deus faz durará eternamente" (Eclesiastes 3:14).

Você deveria investir mais do seu tempo no que possui esse selo imperecível.

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Tudo o que não é eterno, é eternamente inútil. (C. S. Lewis)

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Que sorte a minha!

Foi Cristo. Ele nos mostrou quem é Deus. E foi pelo Deus que Jesus me apresentou por quem me apaixonei irresistivelmente. Na verdade, eu só aceitaria um deus que fosse igual a Jesus. Um um ser menos amável, alguém menos compreensivo, alguém menos paciente, qualquer todo-poderoso que me amasse menos, não me serviria. Talvez fosse deus de alguma comunidade pagã, talvez fosse deus para bilhões de pessoas sinceras ao redor do mundo, mas não seria nada para mim. Talvez me recusasse até a aceitar que ele existe - seria ateu convicto. De fato, eu não poderia amar alguém menor do que Cristo.

Confesso que eu nunca seria capaz de amar o deus que me apresentaram ao longo da vida. Se ele existisse, seria medieval, seria bárbaro e infantil. As pessoas me apresentaram um ser assim. Ele seria justo demais para não ser severo em me condenar justamente, pois disso sou digno. Poderoso demais para se aproximar de alguém tão torto sem destruir-me, pois disso sou digno. Grande demais, inatingível, para se importar com uma massa de setenta quilos sem esmagá-la como uma formiga, pois disso sou digno.

É uma verdade. Eu não poderia amar um deus que não fosse igual a Jesus. Mas veja que sorte a minha! Meu Deus, o Senhor é igual a Cristo! E eu não conseguiria não amar alguém como Cristo; eu não resistiria. Mas o meu Deus... Ah, Ele é igual a Jesus! Puxa vida, que sorte a minha! Mas que sorte a minha!

Ninguém nunca viu a Deus. Somente o Filho único, que é Deus e está ao lado do Pai, foi quem nos mostrou quem é Deus. (João 1:18)

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Meu Dedo Caiu

Enquanto a multidão O apertava e O comprimia, ouviu-se uma voz em meio à confusão:

- Abram alas e deixem o leproso passar!

Literalmente caindo aos pedaços, o homem que fedia a carniça e tinha parte do rosto putrefato, conseguiu dizer a Jesus: "Pode me limpar agora, se o Senhor quiser".

Tocando com carinho em seu rosto, como se o conhecesse há muitos anos, Jesus disse: "Quero, fique limpo!". E, no mesmo instante, o homem foi miraculosamente curado.

Perguntei a Jesus por que só aquele homem ficou curado, se havia tantos outros doentes no meio da multidão. Lá estavam pessoas orgulhosas, viciadas em pornografia, mentirosas, viciadas em internet, prepotentes, religiosos fanáticos, indiferentes, religiosos relapsos, depressivos, preguiçosos, exibidos, traumatizados de infância, os que sentem prazer em humilhar os outros, e diversos outros tipos de lepra iguais à minha e à sua.

Ao que Jesus me respondeu com aquela voz sempre amável:

- Só ele foi curado porque, de toda a multidão, só ele reconheceu que tinha lepra, enquanto todos os outros continuam fingindo que não estão doentes. Mas os sãos não necessitam de Médico.

Então eu entendi, que nunca serei livre das doenças que me recuso a reconhecer que eu possuo. Assinei meu atestado: eu também tenho lepra. E quando terminei de escrever, meu dedo caiu.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Você é cego

Você ainda não percebeu mas na verdade é cego. É uma verdade dura demais para ser dita de qualquer forma, mas é preciso que seja dita: Você é cego. Ainda não percebeu? As formas que divisa em sua mente não são como você as vê. Você não as vê como elas são. Na verdade, elas são como você não as vê. É triste, Eu sei, mas você é cego, filho.

Ainda não percebeu? Já tropeçou tanto, já estabanou a cara no chão tantas vezes e ainda não percebeu? Você é cego, filho; Não vê um palmo adiante do nariz e continua tentando, e continua caindo. Mas Eu estou aqui para lhe ajudar e lhe guiar porque Eu vejo; Eu vejo você tropeçando, Eu vejo você caindo. Confie na minha voz já que não pode me ver. Eu estou aqui. Você só precisa tirar os dedos dos ouvidos. Ouça: Eu estou aqui, e levo você para Casa, se você me ouvir. Eu estou aqui.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Os olhos que você irá olhar

Eu não diria que você não deve em absoluto preocupar-se com o que as pessoas dizem ou fazem. Assertivas humanas universais me parecem, em algum aspecto, tolice. E sim, você deve satisfação às pessoas com as quais convive (atrase suas contas, viaje sem dizer à sua esposa ou pais, falte ao trabalho ou sonegue impostos, e mais cedo ou mais tarde você vai entender isso). É uma infantilidade difícil de medir, pensar que você pode fazer o que quiser da vida e que não deve prestar contas a ninguém sobre qualquer coisa. Nem a polícia e nem a sua consciência acreditam nisso. Mas é mais sensato dizer que você deve priorizar suas preocupações.

Nesse sentido, você deve empurrar sua preocupação com o que as pessoas dizem ou fazem mais para baixo (às vezes, muito para baixo). Digo isso porque no dia do Juízo, você deverá se apresentar só e despido de todos os amigos, de todos os seus artifícios e desculpas esfarrapadas. Nem o diabo estará lá para lhe ajudar a relembrar os motivos pelos quais o tal pecado "valia à pena". No dia do Juízo só haverá você e Cristo, e é nos olhos dEle que você vai, querendo ou não, olhar e dizer a verdade sobre si mesmo para si mesmo. Os olhos amorosos de Cristo são um espelho para o caráter - eles não mentem. E acredite, quem não confessa a si mesmo hoje, não vai gostar nem um pouco de ouvir o que sua própria consciência terá a dizer naquele dia (não quero dizer que você vai gostar hoje também).

A diferença está em fazer esse reconhecimento hoje para ter um destino diferente amanhã. "Quem não sabe onde quer chegar, qualquer lugar serve", até o abismo serve. Hoje, você pode reconhecer como Lewis: “Pela primeira vez examinei a mim mesmo com o propósito seriamente prático. E ali encontrei o que me assustou: um bestiário de luxúrias, um hospício de ambições, um canteiro de medos, um harém de ódios mimados.” No entanto, descobrir essas coisas naquele dia, é descobrir seu destino já tendo chegado nele. Será tarde demais para tomar um rumo diferente.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Quando a gente cai mais fundo que o chão


As pessoas costumam dizer que se você cair, do chão não passa. Quando uma criança tenta subir na rede da casa de praia e a mãe toda preocoupada avisa: "Pedrinho, você vai cair menino!", sempre há aquele avô ou tio mais experiente pra dizer com voz mansa, "deixa" porque "se cair, do chão não passa". Na verdade, dependendo da queda, o chão seria não só uma baixa altitude, como uma superfície bastante confortável para cair. Digo isso porque na vida, existem quedas e quedas.

Conheci pessoas que tropeçaram e caíram mais fundo que o chão. Quando deram por si, havia concreto por cima delas. Eu mesmo já tropecei, perdi o equilíbrio e sem o amparo das mãos, tive de amparar a queda com a cara mesmo. Desmaiei e quando acordei, preferiria mil vezes ter caído no chão. Minha queda foi funda. Atravessei o chão e caí no inferno. Você não deve se espantar, pois como disse, na vida, existem quedas e quedas.

Não vou me demorar sobre a angústia e o desespero que vi por lá. Não é tipo de lugar que você visita e posta fotos no instagram para exibir seu tour com os amigos. Não há filtro que revele beleza ali. Na verdade, não há beleza alguma. É o tipo de lugar que você se envergonha de ter posto os pés e fica sempre se questionando como cargas d'agua você tropeçou e foi cair tão fundo. Algo intrigante nas escolhas da vida, é que você não pode dar um salto de susto e entrar no céu, mas há certos tipos de tropeço que o abatem até o inferno. O que importa nisso tudo, é que eu saí de lá, e vou dizer-lhe como.

Pode parecer estranho, e eu acredito que seres celestiais não entrem naquele lugar nem por bons motivos, mas sei de pelo menos uma pessoa que entrou voluntariamente. E entrou por um motivo que considero duvidoso: eu. Também me parece absurdo, mas Cristo foi no inferno por mim, e me tirou de lá. Sem Ele, eu nunca teria saído. Ou estaria morto, ou estaria morto-vivo, mas estaria morto de qualquer jeito. Não sei até onde chegam essas mensagens que circulam pela internet, mas se houver wi-fi aí no inferno, queria que você soubesse que também pode sair. Se você gritar por socorro, Jesus vai até o inferno por você. Se Ele foi por mim, não acredito que qualquer outro miserável não possa ser resgatado também.

Não importa bem a profundidade da queda ou como você tropeçou. Eu lhe recomendo sair enquanto dá tempo. A gente nunca sabe quando outra mensagem dessas pode chegar, ou se vai chegar algum dia. Mas queria muito que você soubesse disso: se você caiu, Jesus iria até o inferno por você.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Sobre a natureza do arrependimento: o que ele não é.


Muitas vezes, quando um homem se vê a lutar com Deus por perdão - como se precisasse convencer-Lhe a perdoá-lo - na verdade, está lutando contra si mesmo por não crer que seu arrependimento seja suficientemente genuíno a ponto de conferir-lhe o direito ao perdão. Não é apenas que ele não acredite na disposição de Deus; é do arrependimento próprio que ele, corretamente, desconfia. Este é um sintoma clássico de uma doença degenerativa chamada justiça própria. 

Nesse estado, o pecador se põe num lugar de deus para si mesmo, julgando a si próprio - ele é sua norma - e só aceitará o perdão que precisa, quando convencer a si mesmo de ter atingido um arrependimento, aos seus olhos, digno o suficiente para ser merecedor do perdão. Ora, isto também é salvação pelas obras e uma maneira mais sofisticada de idolatria. Nesse sentido, há diferentes tipos de divindades por aí, e algumas são mais cruéis do que outras. Como vivemos tempos em que os instrumentos de tortura não participam mais do livre comércio como na idade média, os deuses que habitam essas pessoas se enveredam pela depressão, outros pelo isolamento social e a autocomiseração, e ainda outros pela angústia extenuante. Mas no fundo, são todas formas de tortura, autopunição, com o objetivo de mostrar quão arrependidas estão para si mesmos. Que desastre! É muito ego habitando uma criatura só. E que carência de Graça! Na verdade, toda solução para a culpa que se desvie da graça de Cristo é uma forma de idolatria, pois tem base na justiça própria, e em toda justiça própria, fazemos um deus a nós mesmos.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O Santo Fingimento

Como todo bom hipócrita, um dos meus objetivos é o de enfim me tornar o santo cristão que finjo ser. Na verdade, eu sei que finjo o tempo todo, e falho a maior parte das vezes até no fingimento (terrível, eu sei). É uma santa libertação admitir a própria hipocrisia. Não preciso esconder de Deus que não sou o que gostaria de ser, mas finjo que sou de propósito, e Ele já sabe.

Finjo amar as pessoas como Jesus as ama, finjo perdoar como Jesus perdoa, finjo aceitar como Jesus aceita, finjo relevar como Ele releva. É pura imitação. Eu finjo tudo! Já fingi tanto, que em muitos casos assimilei meu fingimento como algo inerente à minha própria essência, e inconscientemente passei a acreditar que sou eu mesmo que o faço, e que deve ser algo natural, portanto, fazê-lo.
Não sei especificar quando aconteceu pela primeira vez, mas há um dado momento eu perdi o discernimento para diferenciar se o que faço agora o faço por mim mesmo - se é algo novo para minha essência hipócrita, como um corpo estranho miraculosamente implantado por Cristo para me fazer uma nova pessoa nEle - ou se faço por puro fingimento a fim de ser parecido com Jesus. E quer saber? Essa diferença não importa! Graças a Deus devo fingir a vida toda. Já não perco mais tempo me preocupando se faço por hipocrisia, ou se faço por alguma santa autenticidade excêntrica que estou certo de não possuir.

Vou fingir até que me tornando inconsciente do fingimento, eu assimile a natureza de Cristo como sendo a minha própria, e que por pura hipocrisia deliberada, eu viva como Ele viveu e ame como Ele amou.

Talvez essa hipocrisia de desejar tornar-se o que não é tenha outro nome que eu desconheça. Mas no fundo, o objetivo de todo cristão é fingir: fingir ser igual a Cristo. Eles sabem que não são de forma alguma, mas gostariam desesperadamente de sê-lo. O máximo que conseguem é fingir. Então, prazerosamente vou fingir ser o que não sou até que seja, e já não serei hipócrita.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Teoria da Glória Oculta

Teorizo que Cristo oculte sua glória magnificente até uma medida exata a fim de preservar meu livre arbítrio. Digo isso porque acredito que se Ele se revelasse tal como é, não me sobraria outra opção a não ser amá-lo incondicionalmente com cada partícula do que componha minha integridade. Eu holisticamente o amaria. Não haveria célula nem átomo em mim que resistisse a atração de sua glória. Quase que instantaneamente eu irresistivelmente me converteria. E nisso eu também vejo amor: ocultar-se de quem realmente é, para dar-me poder e a possibilidade de negá-Lo se irracionalmente e sem fundamentos eu assim decida.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A decisão é sua agora, amanhã não será mais

Chegará uma hora em que você precisará definitivamente tomar uma decisão, não haverá meio termo. Mas o que a maioria das pessoas ignora, é que essa decisão já foi tomada - apenas não pronunciada ainda. Você está decidindo a cada momento (talvez inconscientemente) através das pequenas atitudes e negligências que adota todos os dias. O longo somatório dessas pequenas resoluções ao longo da vida é que decidirá o seu destino final, e então, quando a hora da grande decisão chegar (aquela que você pateticamente imagina poder fazer num futuro desconhecido), será na verdade exposta a escolha de toda uma vida e então tarde demais para mudá-la. Pense bem: a decisão é sua agora, amanhã não será mais.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Pesca Abissal

Está escrito nO Livro que a maneira pela qual Deus trata nossos pecados após perdoá-los é lançá-los nas profundezas do mar (Mq. 7:19). Veja que interessante comparação! Mesmo os astrofísicos reconhecem que com todo conhecimento adquirido até hoje, sabemos mais sobre os corpos celestes do nosso sistema solar do que o que possivelmente habita o fundo dos mares do nosso próprio planeta. Em outras palavras, sabemos mais sobre Plutão, o renegado, do que Deus sabe sobre os pecados que Ele próprio apagou.


Há dois mil anos Cristo chamou doze pecadores pescadores de pecados para serem "pescadores de homens". O diabo, no entanto, insiste em ensinar uma modalidade totalmente diferente: a pesca abissal. Repetidamente insinua uma necessidade extenuante de resgatar à superfície pecados afogados pelo amor de Deus e esquecidos nas fossas abissais do perdão. O tipo de pesca mais sem sentido, danosa e infrutífera que uma mente perversa poderia inventar.

Eu só queria fazer-te um pedido ao meio dia de uma sexta-feira de setembro: Jogue a vara fora. Não haverá linha suficiente nesse carretel. Perdoe-se. Se Deus o fez, quem você se julga ser de tão superior para não seguir-Lhe o exemplo?

Agora vá. Deite-se na praia, pegue um bronze e beba água de coco. Depois levante-se e pesque pessoas. Pesque pecadores, esqueça seus pecados. Alguns estão se afogando logo ali.
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