quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Resenha - A Vida de C. S. Lewis - do Ateísmo às Terras de Nárnia




A Vida de C. S. Lewis - do Ateísmo às Terras de Nárnia, Alister McGrath
(★★★★☆)

Foi a primeira biografia que li, depois dos evangelhos, e comecei muito bem por sinal. Não sei à partir de quando ser leitor de C. S. Lewis se tornou um elogio, mas isso me ocorreu recentemente. Perguntaram-me se eu gostava de C. S. Lewis - na verdade, eu gosto muito do mais do que ele escreveu, mas também gosto dele, ou de quem ele foi - e eu perguntei como sabia que eu gostava, e a resposta foi que quem lê C. S. Lewis pensa de uma forma diferente (no bom sentido).

Quem já tenha lido uma obra de Lewis entenderá o motivo dessa pergunta. Ele consegue explorar a natureza de coisas complexas de uma forma muito clara e genial. Rico em analogias imaginativas que expandem a mente para uma compreensão mais aberta das coisas. E algo que me atrai muito em seus livros: sinceridade.

Nessa obra de muita acurácia, McGrath fez uma varredura acadêmica de precisão analítica, e me levou a conhecer a vida desse personagem que tem me tido muita influência nos últimos tempos.

A proposta é levar o leitor a conhecer C. S. Lewis não tanto por uma abordagem subjetiva, opiniosa do seu caráter, mas pela análise dos temas abordados em suas obras, pelos livros que o influenciaram (muito interessante esse aspecto) e principalmente, pela minuciosa investigação das correspondências de Lewis a seus amigos e parentes.

O autor se propõe a expor C. S. Lewis de uma maneira crua, sem heroísmos, como ele mesmo se expunha em partes de seus livros, de forma que você possa compreender como se deu o processo de conversão deste brilhante ex-ateu, que é hoje considerado um dos autores cristãos mais influentes, e particularmente um amigo. Destaque especial para a análise de As Crônicas de Nárnia, especificamente O Leão a Feiticeira e o Guarda-Roupa, as relações familiares e influências pessoais de Lewis, e a maneira como se deu sua educação formal.

É possível acompanhar todo o crescimento intelectual de Lewis, e onde possível, são dedicadas sugestões que esclareçam pontos críticos de sua vida.

Não recomendo para quem não tenha lido algumas de suas obras principais como Cristianismo Puro e Simples, Cartas de um diabo a seu aprendiz, e especialmente As Crônicas de Nárnia; Mas para quem já as tenha lido, será uma aventura elucidativa e equilibrada.

Recomendo com louvor.

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Agradecimento especial a Mykaella Araújo pelo presente de aniversário tão especial!

domingo, 18 de janeiro de 2015

Sermão - Inimigos da Cruz de Cristo

Sábado, 17.01.2015
IASD Mangabeiras, Maceió-AL


Texto base: Filipenses 3:16-21


Introdução:

Nos últimos tempos eu tenho sentindo uma grande necessidade de ter um exemplo visível para seguir, que me inspire e me dê um testemunho cristão que fortaleça meu relacionamento com Cristo. De fato, nosso exemplo é Jesus, mas que grande diferença é ter alguém que nos revele com clareza o que é ser cristão! É com tristeza que reconheço estar raro de encontrar.
A época de profunda apostasia que vivemos tem gerado o maior problema da igreja de todos os tempos: cristãos não convertidos. Eles estão lotando as igrejas, mas não fazem a menor ideia do porque estão ali.
Nossos pastores e líderes são hoje instruídos com inúmeras técnicas de crescimento de igreja, e a igreja verdadeiramente têm crescido em número e em propriedades materiais. Mas seriam esses crescimentos evidência de um crescimento espiritual correspondente? Ou seja, tem o Espírito Santo manifestado-se na transformação de pecadores a imagem de Jesus na mesma medida em que a igreja aumenta em número? Se sim, por que permanece a indiferença e a apatia espiritual? Teria Jesus mentido quando retratou Laodiceia como uma igreja espiritualmente “pobre, miserável, cega e nua”, Morna e deficiente em suas obras? Se Jesus disse a verdade, a qual igreja ele se referia quando usou esses adjetivos e disse estar a ponto de vomitá-la?
A verdade é que precisamos aceitar a repreensão do Senhor. A igreja tem crescido da pior forma: estamos abarrotando a igreja de ímpios - pessoas que não tiveram uma experiência de conversão, e que inadvertidamente se acham cristãs, e declarando-se assim, manifestam um péssimo testemunho capaz de repelir os que seriam sinceros em aceitar a verdade. (Ninguém pode avaliar se alguém é ou não convertido, mas não é esse o ponto que desejo abordar aqui - minha preocupação é com o sentido oposto: por que há tantos ímpios dentro da igreja?).
Às vezes, sentimos medo de convidar alguém a fazer- nos uma vista, pelo receio de que testemunho essa pessoa irá receber.
Quem são os culpados? Normalmente apontamos aos líderes. Mas na verdade, os culpados não são os pastores. Somos nós, os membros que formamos essa igreja e que não temos poder do Espírito Santo, ou seja, um caráter semelhante ao de Cristo que reprove o pecado e ame o pecador. Nossa língua é grande, nossos julgamentos severos e cegos para os próprios defeitos, nosso amor é interesseiro e egoísta, nossa utilidade na pregação do evangelho é quase nula, e para muitos, o dízimo é seu pregador substituto.
Se fôssemos cheios do Espírito Santo, não precisaríamos de técnicas de crescimento de igreja, e a verdade da Palavra de Deus vivida e pregada, seria um filtro capaz de reter os sinceros que também anseiam por comunhão, fazendo-nos crescer à imagem de Jesus, enquanto são repelidos os ímpios que desejam utilizar O Reino como um meio de se estabelecerem em uma situação confortável nessa terra.
O número de igrejas cristãs nunca foi tão grande, e ao mesmo nunca vimos uma geração tão má e perversa quanto a nossa (1 Tm. 3:1-5). Uma análise dos reavivamentos históricos, quando a igreja crescia em número e proporcionalmente em poder, nos mostra que sempre que a igreja cresce em espírito, há um impacto significativo na sociedade. A criminalidade, os homicídios, taxas de aborto, adultério e prostituição, consumo de drogas, todos são impactados pela transformação que os cristãos experimentam em sua vida particular.
Em sua época, Paulo enfrentou esse mesmo problema, e até emocionado, escreveu a igreja local em Filipos a fim de corrigi-los.


Filipenses 3:16
  • Paulo exorta seus irmãos a não rebaixarem a norma. Mas andar segundo o que “já alcançamos”.
  • “andemos” - derivado do termo grego que denota alinhar-se em fileira regular, marchar em posição militar, guardar o passo….
  • A vida cristã precisa necessariamente ser crescente. “A única forma de permanecer firme na fé é crescendo”.
  • Não rebaixe a norma, ou será com muita dificuldade, muito esforço e sofrimento que você a porá de volta. Um sofrimento desnecessário.
  • Muitos cristãos sentem eternas saudades do fervor e alegrias que tinham na presença de Deus “no passado”. Olham para trás como se a felicidade fosse ser o que um dia foram e hoje não são mais.
  • Eu te exorto novamente: “No rebaixe a norma”. Uma vez abrandada, é muito difícil pôla de volta no lugar.


Filipenses 3:17
  • Preocupado com a vida deu seus irmãos, Paulo precisou apelar a seu próprio exemplo para que os irmãos não se desviassem.
  • É incrível o poder de influência que exercemos uns nos outros pelo exemplo.
  • As pessoas não aprendem com o que ouvem, mas com o que vêem.
  • Paulo viveu entre eles, deu-lhes o exemplo, um exemplo de vida como a de Jesus, que eles podiam seguramente seguir.
  • Quer salvar sua família? Que sua vida seja uma pregação. Viva o evangelho!
  • O exemplo de Madre Tereza de Calcutá ao pregar na formatura de uma universidade.


Filipenses 3:18
  • Paulo reconhece que mesmo dentro da igreja, há “muitos” (não são poucos), que “andam entre nós” - e ao reconhecer isso, o próprio apóstolo chorou ao escrever - que são na verdade inimigos da cruz de Cristo.
  • Você pode imaginar Paulo, um homem feito, chorando enquanto precisava escrever essas palavras? Inimigos de Cristo dentro da igreja?
  • Por quê inimigos? Por quê da cruz?
  • Quando pensamos em um inimigo, que imagem vem a sua mente? Alguém armado, ou uma pessoa que maquina e deseja o nosso mal?
  • Jesus disse Mateus 12:30: “Quem não é comigo é contra mim”.
  • Essas pessoas, pelas quais Paulo chorou ao precisar reconhecer serem inimigos, não estão armadas em nosso meio, talvez nem desejem prejudicar a Cristo, mas não somam em nada. Não se esforçam para contribuir, e como disse Jesus, se não for por Ele, é contra Ele. Não existe meio termo.
  • Lucas 9:23 - Os inimigos da cruz de Cristo, são aqueles que estão dentro da igreja, mas não querem atender ao convite do Senhor. Não estão seguindo a Cristo. Estão na igreja e se dizem cristãos por outro motivo, mas saem pelo mundo a dar um mal testemunho do que é ser cristão.
  • “Se alguém quiser me seguir” - a Cruz, é símbolo de morte do próprio eu, de entrega, de abnegação, de serviço pelo outro. Os inimigos a cruz, são aqueles que se recusam morrer para o mundo e ainda querem ir ao céu.
  • Os males que eles causam a igreja: Apatia, indiferença, mal exemplo.
  • Inimigos da cruz não cospem nela, fazem pior: a ignoram.
  • A essa altura você pode estar se perguntando se você mesmo é um inimigo da Cruz de Cristo, e há 3 características que podem nos ajudar a reconhecê-los:
    1. Estão na igreja por interesses particulares, não preocupados com a sua salvação nem a de outros. Pode ser por comodismo, por populismo ou por tradição;
    2. O que elas ouvem dentro da igreja, as mensagens, as repreensões, os sermões, não causam nenhuma diferença prática na sua vida; Escutam a mesma mensagem a anos, mas tem um coração de aço, impenetrável;
    3. Elas não conseguem se reconhecer como inimigas, e não sentem desejo de mudanças pessoais e transformações do seu caráter.


Filipenses 3:19
  • Cuidado com essas pessoas! Sigam o exemplo daqueles que seguem o exemplo de Cristo: tome sua cruz e marche!
  • “O deus deles é o ventre” - só se preocupam com seu bem estar, não há sacrifício pelos outros, não há cruz para levar.
  • “a glória deles é a vergonha” - terrível como os cristãos hoje não apenas não se envergonham dos seus pecados como usam a internet para fazer publicidade deles! Sentem um prazer insensível em exaltar seus pecados e a falta de comunhão.
  • “só se preocupam com as coisas terrenas” - Jesus disse que “a boca fala do que o coração está cheio” (Mt. 12:34), e pelas próprias conversas você pode notar a espiritualidade de um cristão não convertido. As falas giram em torno do salário, do concurso, da promoção, da roupa de marca, da festa… Não falam do reino, da esperança da vida eterna, das necessidades dos mais pobres. Sua boca lhes condena: “Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado”. (Mateus 12:37).


Filipenses 3:20
  • “Mas a nossa cidade” - Paulo agora faz um contraste. Não olhe para esses exemplos de baixa norma, mire mais para cima! Mire nos homens e mulheres simples e de grande fé que lutam por uma vida conforme a vida de Cristo! Eles é que são os cidadãos dos céus. Os que só lutam pela vida aqui, ficarão aqui! “Lembrai-vos da mulher de Ló.” (Lucas 17:32).
  • “De onde aguardamos” - O nosso objetivo! Encontrar o pobre carpinteiro de Nazaré que não tinha onde reclinar a cabeça, mas que detém em si a própria fonte de vida!
  • Renda-se ao poder atrativo de Cristo para viver a eternidade! Tome sua cruz! Hoje a vergonha e o desprezo, amanhã a Glória! Amanhã, Cristo!


Apelo: Apocalipse 22:12


Saia da indiferença, abrace a Cruz de Cristo e marche! “Cedo Ele vem” para recompensar os crucificados com Ele!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Resenha - Homem Sem Amarras - Deixe-o Viver!

Homem Sem Amarras - Deixe-o Viver!, T. D. Jakes
(★★★☆☆)

Como bispo, Jakes escreveu uma obra de conteúdo significativo de alguém com bastante experiência em aconselhamento familiar, e uma mensagem realmente importante. Tendo em vista o número de adultos infantilizados, Jakes impulsiona o leitor a obter uma visão mais madura e sensível da vida. Estimula a um "bar-mitzvá" para a real masculinidade cristã.

Mesmo sendo o tema essencial aos nossos dias, a linguagem não é tão estimulante, apesar de não ser muito cansativa e é acessível. O texto possui pouca fluidez no quadro geral, e é composto por muitas frases de efeito.

De forma geral, é uma leitura bastante reflexiva, e apesar de semelhante, não categorizaria como um livro de auto-ajuda, mas um livro de "ajuda do alto", já que os pressupostos para as reflexões se baseiam em histórias e alegorias bíblicas. O livro é predominantemente homilético - a abordagem que confesso não ser minha preferida - mas ainda assim, bastante edificante.

Recomendo a todo homem que deseja reafirmar ou obter uma visão mais madura da vida como um todo (Jakes apresenta grande experiência de vida a transmitir com segurança), e tem um toque especial para os pais de família que desejam inspirar e dirigir seu lar como sacerdotes viris com bases bíblicas.

Bastante inspirador, é uma boa pedida se o leitor for persistente, e especialmente estimulante se estiver em uma crise de identidade ou uma fase de crise familiar/personalidade/relacionamento. Não possuo críticas quanto a heresias ou ensinamentos bíblicos absurdos, sendo assim, uma leitura de base bíblica relativamente segura.

Destaque às análises homiléticas de Sansão, Davi e claro, Lázaro de Betânia.

Não estaria na categoria dos meus prediletos, mas me foi muitíssimo edificante. #recomendo Emoticon like

Agradecimento especial Evelyn Cavalcante pelo belo presente de aniversário!
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