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quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Resenha - Uma Força Medonha, C. S. Lewis

Uma Força Medonha, C. S. Lewis
(★★☆☆☆)

Este é o último volume da trilogia espacial de Lewis. Leitura obrigatória para quem esteve em Narnia, gostou da ficção lewisiana e já ouviu falar da amizade de Lewis com Tolkien - representado na trilogia pelo Dr. Ransom.

Este é, até o momento, o livro de Lewis que menos gostei. A história é extensa, com uma trama bem desenhada e estranhamente emaranhada. Com complexidades que só a realidade costuma apresentar.

Passei a maior parte do livro esperando aquele momento em que a história finalmente parece caber na minha mente e começa a desenhar um sentido para dar desfecho a trilogia, mas esse momento veio aos poucos e não com um desfecho como os que presenciei em As Crônicas de Narnia.

Na verdade, esse Lewis da trilogia espacial não me pareceu o mesmo que desenhou Aslam. Uma rápida investigação me mostrou que Lewis ainda amadureceria muito do aspecto ficcional até chegar em Narnia. Essa trilogia foi escrita muito antes, e tem propósitos mais específicos, especialmente filosóficos com algum cunho cristão. Provavelmente, Lewis tinha a intenção de nos fazer refletir sobre o conflito cósmico entre o bem e o mal. E fez-me refletir sobre minha posição nesse conflito várias vezes.

A linguagem não é a mais clara, mas possivelmente pela tradução da editora. A leitura, como observa Lewis no prefácio, pode até ser feita independente das obras anteriores, a saber Além do Planeta Silencioso e Perelandra. Pode-se observar a paixão de Lewis pela literatura medieval e lendas arturianas - algo que já tinha lido a respeito na biografia de Lewis escrita por Alister McGrath (excelente, por sinal).

A trilogia vale muito mais à pena pelos dois volumes anteriores que são muito interessantes, e a leitura deste último, torna-se portanto, obrigatória.

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Estou no skoob: skoob.com.br/perfil/oswaldocavalcante

Resenha - Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, John Bunyan

Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, John Bunyan
(★★★★★)

Estava eu lendo O Grande Conflito, obra consagrada de Ellen G. White, quando ela me dá o testemunho especial da vida de John Bunyan (1628 - 1688) - um antigo homem de Deus, preso por não desistir de falar de Cristo por circunstância alguma.

Eis o que li em O Grande Conflito: "Em nauseabundo calabouço, repleto de devassos e traidores, João Bunyan respirava a própria atmosfera do Céu; e ali escreveu a maravilhosa alegoria da viagem do peregrino, da terra da destruição para a cidade celestial. Por mais de dois séculos aquela voz da cadeia de Bedford tem falado com poder penetrante ao coração dos homens. O Peregrino e Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, escritos por Bunyan, têm guiado muitos à senda da vida." (O Grande Conflito, p. 252)

Bunyan ficou 12 anos no cárcere por se recusar a para de pregar o evangelho. E foi lá, dentro da cadeia, que ele escreveu o que viria a ser o maior clássico da literatura cristã de todos os tempos, depois da Bíblia. O Peregrino (1678) tornou-se um livro especial demais para mim. Ao lê-lo, descobri alguém que adquiriu uma visão muito precisa e profundamente espiritual da vida cristã, e me aconselhou bastante. Fiquei muito feliz e impressionado com a similaridade das experiências vividas por Cristão, a personagem da estória de Bunyan. A importância dessa obra para minha vida, de uma fase em especial da qual fui completamente confortado, eu pouco consigo descrever, Deus o sabe. Isso confirmou outras recomendações que já tinha ouvido sobre O Peregrino.

Um outro escritor por quem tenho a maior estima também me falou de Bunyan. Utilizado como argumento em Cristianismo Puro e Simples, C. S. Lewis cita a vida de Bunyan como uma evidência da inteligência inerente ao cristianismo: "Deus não detesta menos os intelectualmente
preguiçosos do que qualquer outro tipo de preguiçoso. Se você está pensando em se tornar cristão, eu lhe aviso que estará embarcando em algo que vai ocupar toda a sua pessoa, inclusive o cérebro. Felizmente, existe uma compensação. Aquele que se esforça honestamente para ser cristão logo percebe que sua inteligência está aprimorada. Um dos motivos pelos quais não é necessário grande estudo para se tornar cristão é que o cristianismo é em si mesmo uma educação. Foi por isso que um crente ignorante, como Bunyan, foi capaz de escrever um livro que espantou o mundo inteiro".

Coisas como essa, é claro, fizeram minha curiosidade por Bunyan crescer bastante. E foi numa visita informal a uma amiga que falei de Bunyan, e fui surpreendido de duas formas por ela. A primeira foi de ela ter essa obra em casa; e a segunda, de me presentear ali mesmo com ela! Ganhei 'Graça Abundante ao Principal dos Pecadores' de presente naquele dia. Muito obrigado, Evelyn!

Esta é a autobiografia de Bunyan. Mais recomendada pelos frutos de sua vida do que pela obra em si. Bunyan foi chamado de ignorante por C. S. Lewis por sua pobreza lastimosa em educação formal. Filho de um latoeiro (consertador de panelas e vasilhas), Bunyan era de fato muito pobre e bastante vazio intelectualmente. Talvez arruaceiro na idade pueril, tinha uma boca bastante inclinada a praguejar e ofender, como ele mesmo diz.

Aos poucos, sua consciência foi despertada pelo Espírito Santo, e ele se tornou um homem de caráter firme e nobre. Possuía um forte apelo pela necessidade de viver vida santificada, e isso o levava a vales profundos de conflito pessoal. A vida de Bunyan foi marcada por densos rios de angústia com momentos de regozijo. Sua necessidade de perdão e de pertencer a Cristo era tudo o que ocupava sua consciência.

Pregador ousado, Bunyan passou a reconhecer o dom de falar de Cristo aos pecadores, e foi também reconhecido por isso. Multidões se reuniam para ouvi-lo falar da Palavra de Deus, e por isso mesmo foi perseguido e preso.

Sua biografia, contudo, é marcada pelas descrições detalhadas das experiências espirituais profundas que viveu, e que acredito, não ser familiar a maioria dos cristãos modernos. Muitos o julgariam digno de pena e necessitado de apoio médico profissional. Mas foi através de uma vida frágil como essa que Deus fez um servo de fibra espiritual inquebrantável, e, talvez, o cristão moderno mais influente de todos os tempos através de suas obras escritas.

Não recomendo essa obra para o público em geral com outros objetivos de leitura. Mas se você, como eu, tem profundos conflitos pela necessidade do perdão do Céu e dificuldades de explicar suas experiências espirituais para outras pessoas, acredito que Bunyan pode lhe ser grande fonte de conforto e instrução. De fato, Graça Abundante ao Principal dos Pecadores adquiriu profundíssimo significado para mim pela semelhança de suas experiências espirituais (com a ressalva de que as dele são, obviamente, muito mais intensas) a ponto de poder dizer aos meus amigos que, se eles, por acaso, tiverem algum interesse em conhecer partes da minha vida que não sou capaz de explicar, leiam essa obra. É minha biografia escrita por alguém do século XVII. De uma forma difícil de definir, John Bunyan sou eu.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Resenha - Cristianismo Puro e Simples, C. S. Lewis

Cristianismo Puro e Simples, C. S. Lewis
(★★★★★)


Repetidamente recomendada, inconscientemente citada, essa é para mim, a obra mais relevante de C. S. Lewis. Não sei ao certo porque não escrevi sobre ela antes, mas há tempo para tudo debaixo do sol. Esse livro teve e ainda tem muita importância para mim na maneira como hoje raciocínio a realidade por meio da fé.

Escrita no contexto da segunda gerra mundial, foi elaborada para ser transmitida via rádio a convite da BBC e depois convertida no volume como a conhecemos. Cristianismo Puro e Simples é com certeza uma das obras mais impactantes de um dos pensadores mais brilhantes do cristianismo que atravessou o mundo moderno e chegou a pós-modernidade sem perder em nada da sua relevância. À medida que o raciocínio e a decadência da moral humana avançam, Cristianismo Puro e Simples adquire fluorescência aos ateus questionadores sinceros, acredito que também especialmente aos agnósticos, e fortalece a fé dos cristãos que desejam ter um raciocínio mais consolidado. É um livro de apologética com linguagem acessível a todos os interessados.

Aviso: Os que leram as Crônicas de Narnia, mas não conhecem essa obra, não conhecem também o teor sólido por trás das Crônicas.

Lewis apresenta o cristianismo como o título do livro se propõe a fazer: de forma pura e simples. Sem tomar partido para qualquer denominação religiosa, ou fazer defesas de doutrinas particulares, de forma clara, concisa e brilhante, Lewis aborda os temas mais basilares da religião cristã; a começar pela própria defesa da existência de Deus como uma mente consciente e agente formulador da distinção entre certo e errado, por meio do que os teólogos chamam de "o Argumento Moral".

Enquanto lia, me sentia transportado pela argumentação bastante sincera de Lewis, que antes fora ateu convicto, e agora, rendido à necessidade de admitir a existência do Criador que se revelou por meio de Jesus, explica como sua mente apreendeu a realidade tal como o cristianismo a pode revelar a um ser pensante.

A obra é recheada de citações que circulam hoje pela internet. Além da existência de Deus, aborda também a moralidade cristã, a natureza divina, o pecado e sua fonte original na natureza humana, entre outros temas muitíssimo interessantes.

Destaco o capítulo que posso dizer ter marcado minha consciência como ser humano: "O Grande Pecado". Estava no ônibus enquanto lia. Se você estivesse lá para me observar, veria alguns sorrisos, e depois espantos, e algumas pausas para oração. "Meu Deus, eu sou terrível!", vinha à minha mente. "Meu Deus, esse sou eu". Foi uma experiência inesquecível da qual compartilho até hoje com meus amigos, de tão edificante que me foi entender a raiz de todas as minhas corrupções: o orgulho. De vez em quando você me verá falando ou escrevendo sobre ele, simplesmente porque para Lewis, todo pecado é orgulho manifestado em alguma de suas vertentes. Se você entender isso, vai entender também como orar de forma mais específica, e lutar pela transformação do seu caráter para ser mais semelhante a Cristo. Só por esse capítulo, para mim, a obra toda valeria à pena.

Depois de lê-lo, você deve obter uma visão muito mais ampla da vida cristã; um raciocínio mais mais claro para ter certeza do porquê o cristianismo faz mesmo todo o sentido, e terá argumentos muito mais sinceros para manter sua fé em Cristo. Outro benefício para mim, foi ter sido ajudado quanto ao preconceito com outros cristãos que pensam diferente de mim. Acho que esse livro me ajudou a procurar ouvir melhor, me colocar no lugar do outro pensante e tentar entender o porquê essa pessoa raciocina dessa forma.

Considero uma ótima dica de presente a amigos questionadores, descrentes ou curiosos. Pode render conversas muito mais profundas, apesar de não entrar em méritos doutrinários evitando esse tipo de conflito. Cristianismo Puro e Simples, porque vale à pena entender melhor os conceitos que fundamentam sua fé (ou a falta dela).

terça-feira, 5 de maio de 2015

Resenha: Perelandra

Perelandra, C. S. Lewis
(★★★★☆)

Cheguei há pouco da viagem no Eustáquio Gomes/Iguatemi - o corpo estava no ônibus e a cabeça em Perelandra. Estou impressionado com a profundidade da compreensão de Lewis sobre o panorama do que alguns teólogos chamam de o Grande Conflito. Apesar de filósofo, Lewis demonstra uma clareza de entendimento incrível de questões fundamentais para a cosmovisão judaico-cristã da origem e desenrolar do tema inesgotável e mais esmurrado desde a literatura medieval: a luta entre o Bem e o Mal; que é desnudado de uma forma extremamente imersiva, mitológica e por isso mesmo esclarecedora.

Perelandra é o segundo volume de uma trilogia de ficção espacial em que Lewis debate sobre esses temas com diálogos estupefantes. O primeiro volume, Além do Planeta Sliencioso, cria um plano de fundo introdutório muito especial. Senti falta daquele poder descritivo de As Crônicas de Nárnia, mas os diálogos me parecem muito mais profundos em Perelandra. Aos amigos narnianos que entenderam as analogias das crônicas, recomendo com força essa trilogia ficcional. Lewis mantém essa caracterítica peculiar de desenhar mundos, gostos e sensações na mente, mas aprofunda muito do pensamento cristão do grande conflito em torno de questões morais primordiais, obediência e a natureza humana contrastada com o não pecado. O leitor é levado ao início dA Queda e pode ter um vislumbre do que havia nas intenções daquela suposta serpente no Éden.

De teor bíblico mais consistente, não sei como o resto do mundo lidou com essa obra, mas não tenho dúvidas do quanto os cristãos a têm apreciado. Com ela, você pode ter uma compreensão bastante enlarguecida do mundo pela perspectiva do tema do Grande Conflito - particularmente, qualquer percepção da vida em geral que desconsidere esse tema me parecerá infantil ou tola. E essa maneira, que chamo de mitologia cristã, tem um poder de esclarecer esses temas complexos que é impressionante.

Fica minha recomendação aos que desejam pensar melhor: bata um papo com Lewis em Perelandra - muito edificante, profundo e expansivo.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Resenha: Os Quatro Amores

Os Quatro Amores, C. S. Lewis
(★★★☆☆)

A experiência nos mostra que de todas as áreas da vida em que o bom Deus nos pôs a incumbência de administrar, os relacionamentos são, de longe, os mais complexos e também os mais professores. Relacionamentos para Lewis, nesse caso, são amores. Afeição, Amizade, Eros e Caridade, mais especificamente. 

Nessa obra, Lewis apela para seu artifício mais usual de escrita, o senso comum. Jeitos do cotidiano que todos experienciamos, e são bem surrados pela literatura antiga. O livro possui um teor bastante filosófico, mas também muito prático em diversos pontos. Há trechos em que você se pergunta como ele consegue perceber coisas tão naturais de uma maneira aparentemente tão clara quando se trata das maneiras pelas quais nos relacionamos.

Pude compreender melhor muitas das relações que assumi na vida, apesar de não concordar (ou não entender, muito provavelmente) com alguns dos pontos de vista, é uma leitura muitíssimo edificante. Uma característica nas entrelinhas para o leitor, será perceber que acima de qualquer coisa, você é normal. Seus amores não são excepcionais no sentido de serem únicos no universo, porque todo mundo possui amores excepcionais que são, para cada um, individualmente, únicos. A obra aponta para uma maturidade excelente. Lewis apela sempre para um raciocínio claro, baseado no senso comum, e com analogias bastante práticas, como é de seu feitio.

A linguagem não é a mais acessível, talvez por causa do teor filosófico, mas o livro é recheado de boas críticas e referências literárias para exemplificar os tópicos abordados. Destaque para a explanação sobre a Afeição, "o mais humilde dos amores, que me fez amadurecer muito a maneira rudimentar como eu costumava ver "amor" antes de lê-lo. Percebi minha ignorância por nunca haver notado que o amor não é apenas categorizado por nós porque gostamos de classificar as coisas, mas existem tipos de amor porque de fato amamos de formas diferentes. Fiquei menos tolo, nesse sentido. E destaque também para a abordagem sobre a Amizade, no que diz respeito a ser o menos "egoísta dos amores naturais". Geniais!

Uma das coisas que mais gostei, foi ter percebido que não sou um lunático romântico quando sempre pensei em amor como uma simbiose. Descobri que outros loucos muito mais inteligentes raciocinavam assim antes de mim, eu só não sabia que era um tipo de amor diferente e que apontava inevitavelmente para a Caridade (nunca gostei dessa palavra quando a lia em substituição a "amor" em versões católicas, mas agora entendo melhor o motivo desse uso adequado).

Por fim, Lewis amarra todos os raciocínios de amor elaborados para dar-lhes um ápice com as amarras do amor de Deus. É excepcional. Mas não espere uma linguagem apaixonada, nem uma filosofia fria demais. Talvez pareça frio, mas nem tanto. Eu acredito que seja algo mais realista do que racional (no sentido de que pura razão não é a iluminação plena para a compreensão de todas as coisas).

Recomendo pela abertura de mente que o livro pode proporcionar ao leitor, se o fizer perceber melhor suas relações naturais. E o mais importante: a necessidade do amor de Deus em todas elas que as tornem relações saudáveis e bem temperadas, "na medida" (senti falta de uma explanação maior nesse ponto, mas afinal, Lewis não era teólogo e eu tenho uma Bíblia). Em outras palavras, você pode amadurecer um pouco mais com essa joia literária.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Resenha - A Vida de C. S. Lewis - do Ateísmo às Terras de Nárnia




A Vida de C. S. Lewis - do Ateísmo às Terras de Nárnia, Alister McGrath
(★★★★☆)

Foi a primeira biografia que li, depois dos evangelhos, e comecei muito bem por sinal. Não sei à partir de quando ser leitor de C. S. Lewis se tornou um elogio, mas isso me ocorreu recentemente. Perguntaram-me se eu gostava de C. S. Lewis - na verdade, eu gosto muito do mais do que ele escreveu, mas também gosto dele, ou de quem ele foi - e eu perguntei como sabia que eu gostava, e a resposta foi que quem lê C. S. Lewis pensa de uma forma diferente (no bom sentido).

Quem já tenha lido uma obra de Lewis entenderá o motivo dessa pergunta. Ele consegue explorar a natureza de coisas complexas de uma forma muito clara e genial. Rico em analogias imaginativas que expandem a mente para uma compreensão mais aberta das coisas. E algo que me atrai muito em seus livros: sinceridade.

Nessa obra de muita acurácia, McGrath fez uma varredura acadêmica de precisão analítica, e me levou a conhecer a vida desse personagem que tem me tido muita influência nos últimos tempos.

A proposta é levar o leitor a conhecer C. S. Lewis não tanto por uma abordagem subjetiva, opiniosa do seu caráter, mas pela análise dos temas abordados em suas obras, pelos livros que o influenciaram (muito interessante esse aspecto) e principalmente, pela minuciosa investigação das correspondências de Lewis a seus amigos e parentes.

O autor se propõe a expor C. S. Lewis de uma maneira crua, sem heroísmos, como ele mesmo se expunha em partes de seus livros, de forma que você possa compreender como se deu o processo de conversão deste brilhante ex-ateu, que é hoje considerado um dos autores cristãos mais influentes, e particularmente um amigo. Destaque especial para a análise de As Crônicas de Nárnia, especificamente O Leão a Feiticeira e o Guarda-Roupa, as relações familiares e influências pessoais de Lewis, e a maneira como se deu sua educação formal.

É possível acompanhar todo o crescimento intelectual de Lewis, e onde possível, são dedicadas sugestões que esclareçam pontos críticos de sua vida.

Não recomendo para quem não tenha lido algumas de suas obras principais como Cristianismo Puro e Simples, Cartas de um diabo a seu aprendiz, e especialmente As Crônicas de Nárnia; Mas para quem já as tenha lido, será uma aventura elucidativa e equilibrada.

Recomendo com louvor.

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Agradecimento especial a Mykaella Araújo pelo presente de aniversário tão especial!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Resenha - Homem Sem Amarras - Deixe-o Viver!

Homem Sem Amarras - Deixe-o Viver!, T. D. Jakes
(★★★☆☆)

Como bispo, Jakes escreveu uma obra de conteúdo significativo de alguém com bastante experiência em aconselhamento familiar, e uma mensagem realmente importante. Tendo em vista o número de adultos infantilizados, Jakes impulsiona o leitor a obter uma visão mais madura e sensível da vida. Estimula a um "bar-mitzvá" para a real masculinidade cristã.

Mesmo sendo o tema essencial aos nossos dias, a linguagem não é tão estimulante, apesar de não ser muito cansativa e é acessível. O texto possui pouca fluidez no quadro geral, e é composto por muitas frases de efeito.

De forma geral, é uma leitura bastante reflexiva, e apesar de semelhante, não categorizaria como um livro de auto-ajuda, mas um livro de "ajuda do alto", já que os pressupostos para as reflexões se baseiam em histórias e alegorias bíblicas. O livro é predominantemente homilético - a abordagem que confesso não ser minha preferida - mas ainda assim, bastante edificante.

Recomendo a todo homem que deseja reafirmar ou obter uma visão mais madura da vida como um todo (Jakes apresenta grande experiência de vida a transmitir com segurança), e tem um toque especial para os pais de família que desejam inspirar e dirigir seu lar como sacerdotes viris com bases bíblicas.

Bastante inspirador, é uma boa pedida se o leitor for persistente, e especialmente estimulante se estiver em uma crise de identidade ou uma fase de crise familiar/personalidade/relacionamento. Não possuo críticas quanto a heresias ou ensinamentos bíblicos absurdos, sendo assim, uma leitura de base bíblica relativamente segura.

Destaque às análises homiléticas de Sansão, Davi e claro, Lázaro de Betânia.

Não estaria na categoria dos meus prediletos, mas me foi muitíssimo edificante. #recomendo Emoticon like

Agradecimento especial Evelyn Cavalcante pelo belo presente de aniversário!

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Resenha - O Incomparável Jesus Cristo

O Incomparável Jesus Cristo, Amim. A. Rodor
(★★★☆☆)

Pra você que está pensando em o que fazer nas férias ou procurando um livro edificante, fica essa ótima dica: O Incomparável Jesus Cristo, de Amin Rodor.


O livro tem viés um tanto acadêmico - algo que imagino ser difícil para o Rodor desapegar. Contudo, no prefácio ele defende que a proposta do livro é mais contemplativa à pessoa de Jesus.


O livro tem linguagem acessível, apesar de ainda ser possível sentir uma tendência teológica. Você vai se surpreender com as análises bíblicas à luz dos evangelhos, especialmente de Marcos e Mateus. Provavelmente, adquirirá algumas compreensões mais aprofundadas de certas passagens, de maneira que nunca mais conseguirá lê-las de forma incipiente. O livro também dá bom estímulo a que se façam meditações mais aprofundadas e contextualizadas dos evangelhos em geral, e de certa forma cria uma espécie de vergonha ou constrangimento, pela ignorância e debilidade do conhecimento bíblico que possuímos.

Pelo menos três análises merecem destaque por serem memoráveis: O encontro com Bartimeu, o cego, a Parábola do Filho Pródigo e o diálogo de Cristo com o fariseu sobre quem é o próximo a quem devemos amar (simplesmente genial).

domingo, 14 de julho de 2013

Resenha - Cartas de um diabo a seu aprendiz

Cartas de um diabo a seu aprendiz, C. S. Lewis
(★★★☆☆)

Enquanto esperava o carro no lava-jato, terminei hoje pela manhã "Fitafuso propõe um brinde", o anexo final ao livro "Cartas de um diabo a seu aprendiz", de C. S. Lewis. Esse livro acaba de ir para minha lista dos mais edificantes!

Lewis adotou no livro, a figura de um diabo experiente de alta patente, que envia cartas a seu sobrinho, um diabo aprendiz de tentador. Através dessa figura, Lewis tenta desnudar a confabulação espiritual que guerreia por trás da vida de cada ser humano. É óbvio que Lewis não possui a essência da mentalidade diabólica, porque sendo humano, não possui a natureza de um demônio. Na verdade, quando você lê as cartas, absorve a compreensão que Lewis tinha de como o diabo atua na destruição de uma alma humana. E como ele não possui a ciência da maldade como um próprio diabo, Lewis claramente usa sua visão cristã admirável, "pura e simples" e aplica sua antítese para simular a mentalidade diabólica do tentador. É genial!

Em suma, o livro é extremamente edificante, mas te incomoda um bocado! Se você prefere a posição perdidamente confortável dos cristãos contemporâneos, eu não te recomendaria esse livro. Mas se você for um "cristão à moda antiga", à moda de Cristo, vai fundo! Você vai apanhar um bocado enquanto lê. É como receber golpes de karatê na consciência, e você vai gostando. Quase um masoquismo literário.

Boa leitura, e boa morte ao seu eu.
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